domingo, 2 de janeiro de 2011

Historial de Ota

Eis o que consta no site da Câmara Municipal de Alenquer, sobre OTA

(Ota, Aldeia, Paços e Base Aérea)

Já era freguesia em 1259, do termo de Alenquer. Foi curato anexo à freguesia de São Pedro de Alenquer. Orago, Divino Espírito Santo. No princípio do século XIX foi-lhe integrada parte da freguesia de Paúl de Ota, então extinta pelo insignificante número de fogos que a compunham. Tem uma área de 46 km², o que faz dela a mais extensa freguesia do concelho. Confronta a norte e nascente com o concelho de Azambuja; a sul com a freguesia de Meca e Triana; e a poente com as freguesias de Abrigada.

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Crê-se que o topónimo Ota deriva do árabe (uata) e quer dizer sítio baixo. De facto, tratava-se de um vasto campo alagadiço, o Paul da Ota, aquele que D. Sancho I doou, em 1189, ou 1193, ao convento de Alcobaça, doação confirmada em 1195 por Celestino III. Aqui realizaram os monges as primeiras obras de arroteamento e drenagem realizadas no país, que posteriormente aplicaram nos coutos de Alcobaça.

O Paúl da Ota será coutado, em 1486, por D. João II.

Esta região vinha, no entanto, sendo já habitada desde tempos pré-históricos. O geólogo Carlos Ribeiro, projectou o nome da localidade a nível mundial, com as descobertas arqueológicas aqui realizadas, entre 1864 e 1885, chegando a criar o vocábulo otaniense para designar uma suposta fase do terciário.

Terá sido o topónimo “sedutor” (como lhe chama Maria Amélia Horta Pereira) de Casal da Moura que levou Hipólito Cabaço, em 1932, a localizar a importante estação arqueológica que é o Castro da Ota, onde recolheu muitos materiais dos períodos Eneolítico, Bronze, Ferro e Romano.

Cabaço já anteriormente localizara e explorara, na zona, outras estações pré-históricas, como a da Quinta ou Casal do Espírito Santo (Paleolítico, Eneolítico), em 1903; a da Caverna da Moura (Paleolítico, Eneolítico), em 1920; e a da Quinta do Vale das Lajes (Paleolítico, Mesolítico, Eneolítico), em 1925.

Posteriormente à descoberta do castro, localizará as estações da Quinta da Moita (Paleolítico, Eneolítico), cerca de 1933; Casal do Buteco (Paleolítico), no mesmo ano; e Espinhaço de Cão (Paleolítico), cerca de 1935.

Ota é também o nome de um rio que atravessa a freguesia. Nasce na serra do Montejunto, passa pela freguesia de Abrigada até entrar nesta, e vai desaguar na margem direita do rio Tejo, depois de atravessar também a freguesia de Vila Nova da Rainha, concelho de Azambuja, numa extensão total de 30 quilómetros.

Contava a povoação de Ota 17 vizinhos em 1497, e 27 trinta anos mais tarde, somando os de Ota e Paul. Em 1712 são 20 os fogos (só em Ota), número que ainda se mantém em meados do mesmo século. Atingirá o dobro, exactamente 40, em 1873 e daqui até 1911 chegará aos 71, contando 293 moradores.

A igreja matriz, da invocação do Divino Espírito Santo, de traça modesta, é reconstrução de outra mais antiga, que ruiu com o terramoto de 1755. Da primitiva restam hoje alguns silhares de azulejos do século XVII, uma pia de água benta de traça manuelina e uma lápide tumular datada de 1567.

O associativismo recreativo, cultural e desportivo, teve aqui amplo incremento a partir da segunda metade do século XX: Em 1951 foi fundado o Ota Clube; em 1958 o Futebol Clube de Ota; em 1977 o Rancho Folclórico Juvenil de Ota; em 1981 o Centro Social Recreativo e Desportivo da Ota; e em 1986 a Sociedade Escola de Música de Ota.

Com o jornal Varanda da Ota, conquistou esta povoação um lugar na história da imprensa local. Mensário fundado em 1978, ainda se encontrava em publicação em 1983. O nome deste periódico ficou perpetuado num largo do lugar.

A vasta propriedade que pertenceu aos frades cistercienses, passou mais tarde a ser explorada indirectamente.

A Quinta de Ota, certamente parte dessa antiga granja, estava, na segunda metade do século XV na posse de Pedro Afonso e era foreira ao Mosteiro de Odivelas. Em 1499 foi este prazo vendido a Rui de Figueiredo, escrivão da fazenda e fidalgo da Casa Real. Aqui se fundou, em 1524, um morgado, que no século XIX era administrado pelos condes de Belmonte (Figueiredo Cabral da Câmara), descendentes de Rui de Figueiredo. Junto à igreja de Ota está levantado um monumento à memória de D. José Maria de Figueiredo Cabral da Câmara (1848-1930), 4.º Conde de Belmonte, 13.º senhor do morgado da Ota, que foi vice-presidente da Câmara de Alenquer entre 1878 e 1882.

A tradição conta que o Marquês de Pombal, na sua ida para o desterro, esteve alguns meses hospedado na Quinta de Ota; e que a rainha D. Maria II, hóspede também dos senhores de Ota pelo tempo da cólera, aqui estabeleceu o seu ministério.

Ota foi atravessada pela velha Estrada Real entre Lisboa e Coimbra, construída no reinado de D. Maria I, que era utilizada pelos serviços da primeira carreira regulara da Malaposta (1798-1804). Ainda existem, dessa época, um marco de cruzamento e um marco de légua, situados, respectivamente junto à Ponte Antiga, na Rua da Malaposta, à entrada da Ota, e no sítio denominado Vale Carlos, próximo de Ota. Estão ambos classificados como Imóvel de Interesse Público, desde 1943.

Meio século mais tarde, em 1855, inaugura-se novo serviço de carreiras diárias da Malaposta entre o Carregado e Coimbra. A primeira estação de muda de animais, localizava-se em Ota. O antigo edifício desta estação existia ainda há pouco tempo, funcionando ali o Ota Clube.

Aldeia

Contava 12 fogos em 1712. Duzentos anos depois perdera cinco sendo de 37 o número de moradores.

Paços

Em 1911 contava 10 fogos e 47 habitantes.

Base Aérea

Na área da freguesia de Ota, zona de planície, se instalaram os aquartelamentos, pistas de aterragem e outras instalações da Base Aérea n.º 2 *, que chegou a ser o mais importante campo de aviação militar do continente.

Fonte: http://www.cm-alenquer.pt
Foto de: L. Santos
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* No texto original extraído do site da CMA, na parte relativa à "Base Aérea", consta na sua descrição: "Base Aérea n.º 1", em vez de: "Base Aérea n.º 2"(actual Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea), o que me levou a corrigir.
A Base Aérea n.º 1,
foi instalada na Granja do Marquês, em Sintra, onde ainda se encontra.

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